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EuroBirdwatch 2024: 10 Aves da Figueira da Foz e mais um convite à descoberta do concelho

Aves da Figueira da Foz. Praia do Relógio. Foto de Pedro Silva. MeetFigueira 2024

Neste fim-de-semana de 5 e 6 de outubro, Portugal junta-se a outros países europeus na celebração da migração outonal das aves, com várias atividades no âmbito do EuroBirdwatch 2024. Este evento anual, promovido pela BirdLife International desde 1993, convida entusiastas da natureza e do público em geral a observar as aves selvagens no auge das suas migrações de outono. Na Figueira da Foz, a diversidade de paisagens oferece um cenário ideal para desfrutar deste fim-de-semana dedicado à ornitologia. De aves aquáticas a rapinas e aves florestais, o concelho oferece uma variedade surpreendente de espécies que podem ser observadas ao longo do ano.

No MeetFigueira, como sabe quem nos lê, não perdemos uma oportunidade de celebrar a riqueza natural e cultural da Figueira da Foz. Convidamos, assim, mais uma vez todos os amantes da natureza a descobrir (e a proteger) a extraordinária biodiversidade desta região, enquadrada pelo magnífico estuário, a serra e a sua floresta, toda a costa marítima, as matas nacionais litorais ou a planície gandaresa e as suas lagoas, ambientes naturais distintos que albergam inúmeras espécies.

Para assinalar este evento internacional, destacamos, deste modo, dez aves emblemáticas que podem ser observadas na Figueira da Foz.


1. Flamingo (Phoenicopterus roseus)

O majestoso flamingo é uma das aves mais icónicas a visitar o estuário do Mondego, especialmente durante o outono e inverno. Com a sua plumagem rosa pálido e patas longas, esta ave destaca-se na paisagem das zonas húmidas. Alimenta-se filtrando pequenos crustáceos e algas através do bico curvado. A presença de flamingos nos campos de arroz ou nas salinas é um espetáculo que encanta qualquer observador.

Flamingo (Phoenicopterus Roseus). (c) Pedro Silva, MeetFigueira.

2. Garça-real (Ardea cinerea)

Com a sua figura elegante e postura altiva, a garça-real é uma presença constante nas margens dos rios e lagoas da Figueira da Foz. Esta ave de grande porte alimenta-se de peixes, anfíbios e pequenos mamíferos. O seu voo, com o pescoço retraído em forma de “S”, é um dos sinais mais reconhecíveis da sua presença nos céus da região.

Garca Real ou Garca Cinzenta (Ardea Cinerea). (c) Pedro Silva, MeetFigueira

3. Pernilongo (Himantopus himantopus)

Caracterizado pelas suas longas pernas vermelhas e corpo esguio, o pernilongo é uma ave aquática que habita as salinas, sapais e arrozais da região. De comportamento ágil e com um voo gracioso, é facilmente identificável pelo contraste entre o corpo branco e as asas negras. O pernilongo é uma espécie migratória que pode ser observada em grande número durante a primavera e o verão.

Pernilongo (Himantopus himantopus). (c) Pedro Silva, MeetFigueira.

4. Alfaiate (Recurvirostra avosetta)

Com o seu elegante bico curvado para cima e plumagem branca e preta, o alfaiate é uma das aves limícolas mais fascinantes que frequentam o estuário do Mondego. Esta ave alimenta-se em águas rasas, onde agita o bico de um lado para o outro à procura de pequenos crustáceos e invertebrados. O alfaiate é um símbolo de graça e beleza entre as aves aquáticas.

Alfaiate (Recurvirostra avosetta). (c) Andreas Trepte www.avi-fauna.info – alguns direitos reservados (CC BY-SA 2.5)

5. Guarda-rios (Alcedo atthis)

Pequeno, mas inconfundível, o guarda-rios é uma verdadeira jóia das margens dos rios e ribeiros. Com as suas cores vibrantes – azul-metalizado nas costas e laranja no ventre – é uma das aves mais desejadas pelos fotógrafos de natureza. Alimenta-se de pequenos peixes e invertebrados, que apanha num voo rápido e certeiro em mergulho. A sua presença é um sinal da boa saúde dos ecossistemas aquáticos.

Guarda-rios (Alcedo atthis). (c) Alexis Lours – alguns direitos reservados (CC BY)

6. Águia-sapeira (Circus aeruginosus)

A águia-sapeira, também conhecida como tartaranhão-ruivo-dos-pauis, é uma majestosa ave de rapina que se destaca pela sua capacidade de voar a baixa altitude sobre os sapais e zonas húmidas, à procura de pequenos mamíferos, aves e anfíbios. De grande envergadura, esta ave é reconhecida pela plumagem castanha e o voo gracioso e lento. A sua presença nas áreas alagadas da Figueira da Foz é comum, sobretudo durante o outono e inverno.

Tartaranhao-ruivo-dos-pauis (Circus aeruginosus). (c) Artur Mikołajewski – alguns direitos reservados (CC BY-SA 3.0)

7. Pilrito-das-praias (Calidris alba)

Esta pequena ave limícola, com as suas patas rápidas e corpo compacto, é uma presença assídua nas praias da Figueira da Foz, especialmente durante as migrações. O pilrito-das-praias alimenta-se de pequenos invertebrados que encontra nas zonas entremarés. Durante o inverno, pode ser observado em grandes bandos, sendo uma das espécies mais características das praias e zonas costeiras.

Pilrito-das-praias (Calidris alba). (c) Ianaré Sévi – alguns direitos reservados (CC BY-SA 3.0)

8. Chilreta (Sternula albifrons)

A chilreta, ou andorinha do mar anã, é uma pequena ave marinha, reconhecível pela sua testa branca e bico amarelo com ponta preta. Esta ave migratória, que nidifica em zonas arenosas e salinas, é ágil em voo e alimenta-se de pequenos peixes, que apanha com mergulhos rápidos e precisos. O estuário do Mondego é um dos locais privilegiados para observar esta espécie, especialmente na época de reprodução.

Chilreta (Sternula Albifrons). (c) PotMart186 – alguns direitos reservados (CC BY-SA 4.0)

9. Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus)

O peneireiro-vulgar é uma pequena ave de rapina frequentemente observada a pairar nos céus sobre campos abertos e matas da Figueira da Foz. Com a sua capacidade de “peneirar” no ar antes de mergulhar sobre a presa, normalmente pequenos roedores e insetos, é uma espécie fascinante e uma das mais comuns aves de rapina da região.

Peneireiro-vulgar (Falco tinnunculus). (c) Andreas Trepte www.photo-natur.de. Alguns direitos reservados (CC BY-SA 2.5)

10. Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo)

Este grande mergulhador é comum nas águas do estuário e ao longo da costa da Figueira da Foz. Com o seu corpo esguio e plumagem escura, o corvo-marinho é frequentemente visto a secar as asas abertas ao sol depois de mergulhos em busca de peixe. Pescadora talentosa, é uma presença constante nos ecossistemas marinhos e estuarinos.

Corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo). (c) JJ Harrison – alguns direitos reservados (CC BY-SA 3.0)

Estas dez aves, cada uma com as suas características e comportamentos únicos, representam a riqueza ornitológica da Figueira da Foz e a diversidade de habitats do concelho, que oferece, como já vimos, oportunidades magníficas para testemunhar a beleza e a importância das aves na preservação dos ecossistemas. Neste fim de semana de celebração global do birdwatching, que tal pegar nos binóculos e explorar os encantos da avifauna que esta região tem para oferecer?

AUTOR

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João P. Cruz

Consultor de comunicação territorial e patrimonial mas tudo lhe interessa. Estudou arqueologia, foi jornalista, biógrafo, ajudante de cozinha, ghostwriter, operacional do ICNF e livreiro. Integra desde 2018 equipas de classificação patrimonial (Nacional e UNESCO) e de projetos de desenvolvimento turístico, cultural e económico local. Está na luta dos territórios sustentáveis e inteligentes. Nasceu em Coimbra, vive na Figueira da Foz há 18 anos e é do mundo. É também co-fundador da MeetMunda Inovação e Turismo, empresa-mãe da marca MeetFigueira.