Viver a Figueira 12 meses por ano

Dez tesouros históricos e culturais da Figueira da Foz a não perder

Forte de Santa Catarina e espelho de água com estátua Preguiça

Hoje, dia 18 de abril, é Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. O MeetFigueira, cuja missão é aproximar pessoas e patrimónios, não podia deixar de celebrar essa data. Na verdade, fazemo-lo todos os dias 🙂 mas hoje celebramos a memória viva da Figueira da Foz de forma especial, trazendo uma espécie de “top ten” de sítios e monumentos do concelho que merecem destaque e demorada visita.

1. Museu Municipal Santos Rocha

Dedicado ao fundador que lhe dá nome, o pioneiro da arqueologia portuguesa António dos Santos Rocha, este incontornável museu alberga uma impressionante coleção que abrange desde artefactos arqueológicos da pré-história a escultura, passando por armaria, mobiliário, magnífica tapeçaria ou arte moderna. Um passeio pela memória da Figueira da Foz (e não só!), ideal para aficionados da história e da cultura. Também é palco de várias exposições temporárias que exploram temas diversificados para todas as idades e frequentes espetáculos e conferências no seu auditório. Conheça e acompanhe aqui.

2. Forte de Santa Catarina e Capela de Santa Catarina

Construída no século XVI, esta bela fortaleza serviu como defesa costeira, participou nas Guerras Napoleónicas, foi farol e hoje é um popular ponto turístico que oferece uma vista esplêndida do oceano e da foz do rio e um ambiente descontraído, com um bar que serve cerveja artesanal de topo, o Burgus – Burger & Beer. A pequena capela dentro do forte oferece ao espaço um apontamento de tranquilidade espiritual. Ambos classificados como Imóveis de Interesse Público.

3. Palácio Sotto Mayor

Mandado edificar no início do século XX pelo empresário abastado Joaquim Sotto Mayor, este palácio de estilo francês projetado por Gaston Landeck é um marco de luxo e requinte. Os jardins românticos e a decoração interior, obra de renomados artistas como Dórdio Gomes e Joaquim Lopes, complementam a grandiosidade do edifício, que oferece visitas guiadas (saiba mais aqui).

4. Torre do Relógio

Um ícone no Bairro Novo desde 1947, a Torre do Relógio marca o tempo e o ritmo da cidade balnear. Com os seus imponentes 20 metros e situada numa área cheia de vida e esplanadas, é o ponto de referência de excelência na baia para marcar encontros e o ponto de partida perfeito para uma exploração cultural (e recreativa!) da cidade. Classificado como monumento de Interesse Municipal

5. Igreja Matriz de São Julião

A principal igreja católica da cidade da Figueira da Foz, edificada no século XVIII, brilha em estilo barroco com um interior ricamente adornado com azulejos tradicionais e arte sacra, incluindo uma capela lateral com um retábulo do século XVI oriundo do Mosteiro de Seiça. Com o seu adro florido de calçada portuguesa, que convida a sentar e a parar, este templo é um refúgio de calma e espiritualidade, oferecendo um contraste sereno com o bulício da urbe ao redor. Classificado como Monumento de Interesse Público.

6. Mercado Engenheiro Silva

Edifício ribeirinho emblemático, onde a história e a modernidade se cruzam. Aqui, podemos experimentar o verdadeiro sabor local, explorando as bancas dos produtos frescos de proximidade ou desfrutando de uma refeição rápida nos cafés do mercado. Ali ao lado, de resto, tem o verdejante Jardim Municipal, para o passeio digestivo. Embora modernizado para conforto de comerciantes e clientes, o Mercado Municipal da Figueira da Foz é ainda um magnífico exemplo de arquitetura do ferro da segunda metade do século XX. Funcionam aqui também uma Loja do Cidadão e um espaço de cowork. Classificado como imóvel de Interesse Municipal

7. Biblioteca Municipal Pedro Fernandes Tomás

Muito mais do que um depósito de livros, discos e jornais, esta biblioteca é um hub cultural ativo que promove ativamente a literatura, a arte e o conhecimento através de eventos regulares, com ênfase no público infantil. Como explica o Muinicípio, «fundada em 1910, está instalada, desde 1974, num edifício criado de raiz que alberga também o Arquivo Histórico, Museu e Auditório Municipais». Realçamos, claro, a sua arquitetura distinta, uma obra magnífica do grande arquiteto português Isaias Cardoso (que tem mais obra espalhada pela cidade…) em perfeita harmonia com o parque das Abadias. Mas acima de tudo, a biblioteca e o seu espólio de mais de 500 mil publicações, é um santuário para os amantes de livros, arquivos e cultura.

8. Mosteiro de Santa Maria de Seiça

Após uma extensa reabilitação, este majestoso Monumento Nacional ressurgiu das ruínas e é agora de novo a jóia da coroa do património arquitetónico religioso do concelho. Com uma história que remonta ao século XII, o Mosteiro de Santa Maria de Seiça serve agora como espaço vivo museográfico que explora a sua longa e variada história, desde a sua fundação até aos dias de hoje e a sua relação com o revigorante contexto florestal e rural da freguesia de Paião, ponto de passagem da Eurovelo da Costa Atlântica e ponto fulcral da Rota de Seiça. Classificado como Monumento Nacional.

9. Complexo Molinológico de Moinhos da Gândara

Este complexo único em Portugal vale bem a pena uma paragem. A referência no mapa é a localidade de Cunhas, freguesia de Moinhos da Gândara. Além de ser palco de diversas iniciativas culturais, preserva a antiga tradição de moagem com moinhos de vento e de água totalmente funcionais. Recentemente reabilitado, serve como um museu vivo das arquiteturas e práticas agrícolas tradicionais desta “subregião” da Gândara, planície costeira de caráter vincadamente rural, marcada pelas dunas, pelas lagoas e pela floresta, brilhantemente descrita pelo grande escritor Carlos de Oliveira, entre outros. Ou seja, o complexo molinológico também serve como ponto de partida (ou passagem) para um belo passeio – de duas rodas – pela paisagem gandaresa, onde não faltam outros sítios e monumentos de interesse. Conjunto classificado como de Interesse Municipal.

10. Castro de Santa Eulália ou Monte de Santa Olaia

Na verdade são dois montes contíguos e é um “spot” com vários nomes: a designação oficial é “Sítio Classificado dos Montes de Santa Olaia e Ferrestelo”, mas os locais chamam-lhe apenas Monte de Santa Olaia. E é também dos nossos sítios favoritos no concelho da Figueira da Foz, um que não nos cansamos de promover. Pelo seu altíssimo valor histórico e cultural – a arqueologia que remonta à pré-história e aos Fenícios, as tradições religiosas ainda vivas em torno da bela Capela de Santa Olaia no topo do monte, o frondoso carvalhal autóctone – mas sobretudo pela sua magnífica beleza paisagística, um miradouro de luxo para os campos férteis do Baixo Mondego. Dica, especialmente a ciclistas em trânsito por esta zona arrebatadora: estamos, em Santa Olaia, a dois passos da pitoresca praia fluvial da Ereira, já no concelho de Montemor-o-Velho, a convidar a um mergulho refrescante nos meses de Verão.

AUTOR

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João P. Cruz

Consultor de comunicação territorial e patrimonial mas tudo lhe interessa. Estudou arqueologia, foi jornalista, biógrafo, ajudante de cozinha, ghostwriter, operacional do ICNF e livreiro. Integra desde 2018 equipas de classificação patrimonial (Nacional e UNESCO) e de projetos de desenvolvimento turístico, cultural e económico local. Está na luta dos territórios sustentáveis e inteligentes. Nasceu em Coimbra, vive na Figueira da Foz há 18 anos e é do mundo. É também co-fundador da MeetMunda Inovação e Turismo, empresa-mãe da marca MeetFigueira.