Entre os dias 18 e 22 de setembro, a Praia do Cabedelo será palco da 11.ª edição do Gliding Barnacles, um festival que há muito deixou de ser apenas uma celebração do surf para se transformar num verdadeiro fenómeno cultural e artístico. A organização promete uma edição “maior e melhor do que nunca”, esperando atrair mais de dez mil pessoas de todo o mundo para um evento que redefine a relação entre a arte, a música e o mar.
O Gliding Barnacles é o único festival europeu que integra surf, arte e música, e nesta edição de 2024 traz um programa ambicioso, onde a competição de surf dá lugar à expressão artística em sessões não competitivas. Segundo Eurico Gonçalves, fundador do evento e presidente da Associação de Desenvolvimento + Surf, esta edição é uma celebração do surf enquanto forma de expressão criativa e um convite à partilha cultural: “Estamos melhores e maiores do que nunca,” afirma, sublinhando que o festival “vai além do conceito tradicional, posicionando-se como um catalisador de mudança cultural.”
Uma programação que celebra a criatividade e a diversidade
O festival destaca-se, de facto, por não ser apenas mais um evento de surf, mas sim uma experiência única e multidisciplinar, onde o surf é apresentado como forma de arte. Em vez das tradicionais competições, o Gliding Barnacles oferece sessões livres, onde surfistas de renome como Eurico Romaguera, Clovis Donizetti, Karina Rozunko e Ambre Victoire poderão exibir a sua criatividade e inovação na água, transformando cada onda numa tela em branco.
Para além do surf, o Gliding Barnacles deste ano contará com quase 40 concertos ao vivo, numa fusão de sonoridades que inclui bandas emergentes e nomes já conhecidos do evento, como os Subway Riders, 800 Gondomar, Da Chick e Manteau. A diversidade cultural será também evidente nas intervenções artísticas que irão ocorrer ao longo dos cinco dias, com performances de pintura de murais, serigrafia, escultura e tecelagem, a cargo de artistas como Sofia Cruz (Krus), Gémeo Luís, Paul McNeill e Tanya Fryer.
A criatividade não se limita à música e às artes visuais. Este ano, o festival introduz uma nova vertente gastronómica, com curadoria de Paulo Amado, fundador das Edições do Gosto. Chefs de renome, como Joana Duarte (Rota das Algas), Miguel Menezes (Douro Palace Hotel), João Bívar (Shun Open Kitchen), Filipe Camacho (Petiscaria Âncora) e João Sá (restaurante Sála de João Sá, com uma estrela Michelin), irão apresentar as suas criações culinárias numa residência artística que explora os sabores do mar e da terra.
O mar como palco de novas experiências
Na Praia do Cabedelo, o cenário será um verdadeiro teatro ao ar livre, com o mar e dezenas de sofás no molhe a servirem de pano de fundo a um conjunto diversificado de atividades. O programa inclui desde cortes de cabelo e tatuagens ao vivo na praia, até à construção de pranchas de surf, numa aproximação inédita entre a arte, o desporto e o quotidiano.
“A ideia é tornar a praia num lugar de experimentação e partilha,” explica Beatriz Fonseca, responsável pela organização do evento. “O Gliding Barnacles é mais do que um festival; é um movimento cultural que aproxima a comunidade local e visitantes de todo o mundo. São dez anos de muita aprendizagem, mas, sobretudo, de uma vontade inabalável de partilhar o que a nossa região e o nosso país têm de melhor.”
Um Festival com Impacto Local e Global
Criado em 2014, o Gliding Barnacles tem crescido de forma consistente, atraindo milhares de visitantes de mais de 30 países. “Numa cidade conhecida pelo turismo de praia, mas ainda longe do radar enquanto destino de surf, decidimos criar um evento que envolvesse a comunidade local e atraísse ainda mais pessoas,” explica Eurico Gonçalves, sublinhando o papel do festival na promoção do turismo e da cultura local.
Com o apoio da Câmara Municipal da Figueira da Foz, do Turismo de Portugal e da marca Vans, o Gliding Barnacles posiciona-se enquanto plataforma de inovação e intercâmbio cultural, contribuindo em simultâneo para o desenvolvimento sustentável e para a valorização da identidade local.
O acesso às sessões de surf e aos concertos diurnos na Praia do Cabedelo é gratuito. Para participar nas intervenções artísticas e nos concertos noturnos, é necessária reserva através do website oficial do evento.
Assim, de 18 a 22 de setembro, a Figueira da Foz promete ser mais do que um destino de verão; será o epicentro de uma celebração única que une surf, arte e música, num ambiente onde a criatividade e a comunidade são os protagonistas.