O Museu Municipal Santos Rocha (MMSR) apresenta, desde 12 de março, o projeto “Confrontar o Legado Colonial no Museu”, uma intervenção na sua sala de etnografia que propõe uma reflexão crítica sobre a origem e os significados da sua coleção etnográfica. A exposição, patente até 31 de outubro de 2025, resulta do projeto de investigação TRANSMAT – Materialidades Transnacionais (1850-1930), desenvolvido em parceria da Universidade de Évora com o Instituto de História Contemporânea, o Laboratório Associado IN2PAST, o MMSR e o Museu Nacional de Arqueologia..
Mais do que expor objetos, a mostra analisa “os contextos históricos da sua recolha, os seus itinerários e os significados que lhes foram atribuídos ao longo do tempo”, explicam os organizadores. A iniciativa confronta a museografia de 2014 com novos dados sobre as coleções transnacionais dos museus de arqueologia fundados no final do século XIX, que seguiam “narrativas evolucionistas e racializadas”. No Museu Municipal Santos Rocha este acervo, constituído nos primeiros anos de existência do espaço museológico (1893-1910), está hoje visitável nas Reservas e na Sala de Etnografia.
Inserida na conferência internacional IN2PAST 2025, dedicada à descolonização dos museus, a exposição será acompanhada por ações educativas e debates que incentivam o público a repensar o património do MMSR.