JÁ NÃO SE CONTAM OVELHAS PARA DORMIR?
ANDREA INOCÊNCIO
Está patente, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz, a exposição JÁ NÃO SE CONTAM OVELHAS PARA DORMIR?, de Andrea Inocêncio: continuando a sua pesquisa sobre o silêncio, Andrea Inocêncio criou esta exposição em grande proximidade com as comunidades femininas da região de Tondela — em particular com as que se encontram numa maior relação com o meio natural, mas que, devido aos efeitos da globalização, avanços tecnológicos, entre outros, se abeiram do silenciamento. Assim este é também um trabalho que presta homenagem às pastoras da Serra do Caramulo.
Ao contrário da norma, em que usualmente são os homens a guardar os rebanhos, na Serra do Caramulo a tarefa recai sobretudo nas mulheres. Esta é uma profissão que tende a desaparecer, a não ser que mais jovens como a Márcia — que realizou o sonho de dar continuidade ao trabalho da avó — queiram abraçar uma vida que pende entre a harmonia com a natureza, e a precariedade que a profissão acarreta.
A exposição inclui, igualmente, registos de mulheres pastoras reformadas. Apesar de já não exercerem a atividade de pastoreio — por variados motivos —, são a imagem da resiliência característica das mulheres desta região.
Os homens fazem também parte da exposição, em particular os que dão apoio às suas esposas. Ainda, em caso excecional, temos a história de vida de um homem que enviuvou cedo, e travou uma batalha para criar e sustentar sozinho os seus dois filhos.
Curadoria: Zetavares/ACERT | Exposição desenvolvida no âmbito de uma Residência Artística promovida pelo Novo Ciclo ACERT, com o apoio à Programação da DGArtes
Sala de Ilustração | Entrada livre