Uma terra vale pela sua geografia, pela sua história, pelos seus recursos naturais e patrimoniais, mas sobretudo pelas suas gentes. Moldados pelo território e pela memória coletiva, os/as figueirenses também têm uma identidade muito própria: a cada comunidade, a cada freguesia, às vezes até a cada rua, a sua particularidade. As gentes das Gândaras são diferentes das gentes piscatórias e dos campos de arroz da margem sul ou das da cidade, mas todos, os que cá nasceram, os que cá vivem, são Figueira da Foz e todos têm esse orgulho e uma memória partilhada.
Se é visitante e quer inteirar-se melhor do sítio onde está, não basta conhecer as praias, as paisagens e as pedras antigas, há que conhecer quem nos recebe. E os figueirenses têm uma história longa e rica que vale muito a pena conhecer. É essa memória coletiva, esse património imaterial, que o Município tem vindo diligentemente a preservar. E a divulgar.
O Dia Internacional dos Arquivos será, assim, assinalado no dia 9 de junho, sob o lema “quem fomos, o que fizemos e o que somos”, com duas iniciativas abertas a todos: O Dia Aberto nos Arquivos, com visitas orientadas aos Arquivos Fotográfico e Histórico, realizadas mediante inscrição prévia (arqfoto@cm-figfoz.pt e arquivo.historico@cm-figfoz.pt); e uma Sessão Pública de apresentação da plataforma «Nós, Figueirenses», que integra o projeto «Nós, Portugueses», pelas 15h00, no Quartel da Imagem.
A nova presença online irá «disponibilizar informação do séc. XVII ao séc. XX (1910), compilada nos registos paroquiais de São Julião. A mesma apresenta-se como uma ferramenta de investigação e informação, que tem como objetivo “definir” o perfil de figueirenses, a sua origem, profissão, contributos económicos e sociais para o crescimento da cidade».
De acordo com nota da Câmara Municipal da Figueira da Foz, «atendendo ao número de registos a tratar, a plataforma, que acessível a partir do sítio da internet do município, no separador Cultura, ficará em constante atualização, prevendo-se que em 2024 toda a informação se encontre tratada e inserida. A plataforma poderá, a médio/ longo prazo ampliar o período temporal, sendo para tal necessário recorrer a outras fontes de informação, nomeadamente os registos civis». Em suma, um repositório em construção que permite penetrar melhor na “alma figueirense” e no percurso que nos trouxe até aqui.
O projeto «Nós, Portugueses», é promovido pela editora Guarda-Mor, em parceria com a Associação dos Amigos da Torre do Tombo e com a Direcção-Geral de Arquivos, entidade que tutela o Arquivo Nacional da Torre do Tombo e a quase totalidade dos Arquivos Distritais portugueses.