Maria Madalena Pereira Othão, com o nome artístico de Madalena Sotto, foi uma das principais atrizes portuguesas. Nasceu em Carvalhais de Lavos, Figueira da Foz, no dia 21 de julho de 1916. A ilustre atriz figueirense foi primeira figura da cena teatral portuguesa, tendo feito parte, entre outras, da companhia de Rey-Colaço/Robles Monteiro e da de Vasco Morgado.
Em 1926, com 10 anos, mudou-se para Oliveira de Azeméis, onde o pai, o pintor Othão Luís, foi o primeiro diretor da Escola de Artes e Ofícios (atual Escola Secundária Soares Basto), e a mãe, Aida Augusta Pereira, mestra de costura, bordados e tapeçaria.
Madalena Sotto concluiu naquela o escola o curso de tapeçaria, lecionando em seguida como auxiliar de oficina. Em 1939, voltou à Figueira da Foz, quando os pais foram transferidos, em comissão de serviço. É então que o jornalista Artur Inês, seu amigo, a apresenta a Leitão de Barros, realizador que a leva a estrear-se no cinema, em “A Varanda dos Rouxinóis”.
O jornalista Arthur Inês conheci-a do trailer “Dois corações… um destino”, de J. Oliveira Santos, projetado no Casino Peninsular em julho de 1938, projeto de promoção turística da Figueira da Foz que nunca se concluiu e que tinha como diretor de fotografia o grande fotógrafo figueirense Manuel Santos.
Em 1940, Madalena Sotto estreou-se no teatro, ao lado de Alves da Cunha, na peça “Os velhos”, de D. João da Câmara, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto.
Ainda em 1940, participou no “Feitiço do império” e, em 1945, no filme a “A vizinha do lado”, ambos de António Lopes Ribeiro. Neste último contracenou, entre outros, com Carmen Dolores, Ribeirinho e António Silva, desempenhando o principal papel, o da atriz Isabel.
Em 1945, atuou ainda no Teatro Nacional, em “Otelo” de Shakespeare, e em “O Leque de Lady Windermere”, de O Wilde. No mesmo ano de 1945 foi distinguida com o Prémio de Melhor Atriz de Cinema, pelo Secretariado Nacional de Informação (SNI).
Em 1947, fez parte do elenco do filme “Três espelhos”, de Ladislao Vajda.
Em 1956, participou em “Vidas sem rumo”, de Manuel Guimarães.
Na década de 1950, fez parte das companhias de Teatro Rey-Colaço/Robles Monteiro e do Teatro Ginasio.
Entre 1955 e 1960, fez parte da companhia de Vasco Morgado, na qual, entre outras peças, participou em “A Severa”, de Júlio Dantas, ao lado de Amália Rodrigues, Assis Pacheco e Paulo Renato.
Em 1956, fez parte do elenco do filme “Vidas Sem Rumo”, de Manuel Guimarães.
Em 1957, participou no filme “A Morgadinha de Vale d’Amores”, de Herlander Peyroteo.
Em 1959, atuou no filme “Casa de pais”, de Herlander Peyroteo e Francisco Ventura, na qual contracenou com Manuel Lereno, Raul de Carvalho e Anna Paula.
Em 1960, esteve no núcleo fundador do Teatro da Estufa Fria, onde contracenou, entre outros, com Augusto Figueiredo, Assis Pacheco, Alberto Ghira, Vasco de Lima Couto e Alina Vaz.
Em 1972, participou no filme em “Sinal vermelho”, de Rafael Romero Marchent.
Interrompeu em 1978 uma carreira preenchida por todos os géneros (tragédia, drama, comédia, alta comédia, farsa e revista).
Reapareceu em 1982 na peça de C. Malaparte, “As Mulheres Também Perdem a Guerra”. Em 1993, excecionalmente, volta ao ecrã no telefilme “Oito mulheres”, de Helder Duarte, exibido na RTP, no qual participaram entre outras, Clara Joana, Cucha Carvalheiro e Cristina Carvalhal.
Faleceu no Porto, no dia 18 de agosto de 2016, com 100 anos de idade. Madalena Sotto tem o seu nome numa rua e numa biblioteca de Oliveira de Azeméis.