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A nova Tasca do Gato Preto : ante-estreia

Os petiscos têm surgido com cada vez mais frequência nos cardápios dos restaurantes na Figueira da Foz. Não faltam excelentes ofertas dentro do concelho, que certamente farão parte de um artigo dedicado num futuro próximo.
Mas desta vez as honras vão para um regresso anunciado. A petisqueira/tasca Gato Preto, que há uns meses iniciou o processo de deslocalização do seu sítio de sempre, encontrou um novo espaço, curiosamente a poucas dezenas de metros do anterior spot, na Rua Dr. José Jardim – que faz a ponte entre as duas principais praças da cidade – onde “moram” igualmente alguns espaços de referência ( Livraria Miguel de Carvalho, Casa Rádio, Beljor, entre outros ).

Não corra a reservar, que este novo Gato Preto ainda não escancarou as suas portas ao público. A noite de ontem, que reuniu um grupo de cerca de 20 pessoas e na qual o MeetFigueira teve a honra de participar, funcionou como um ensaio geral para refeições vindouras: o chef-artista Pedro Peixoto brindou a larga mesa com cerca de uma dezena de pratos, ao longo de quase três horas de um repasto que soube a banquete. Senão, vejamos.

A contenda iniciou-se com escabeche de carapau, pão com manteiga de alho e um surpreendente folhado de figo com raspas de queijo empoleiradas. Seguiu-se apurada dose de barriga de porco, um dos grandes vencedores da noite, que encontra nos elevados tempos de confecção um dos seus vários segredos.
Descansados de carne, houve direito a pausa vegetariana, com duas bem compostas saladas, da dupla cuscuz/grão ao bem sucedido tridente feijão frade-queijo-pepino. Houve depois lugar a terrina repleta de deliciosas coxas de frango, antes de pousar na mesa uma feliz combinação de cogumelos, ovo (?) e coentros.
Sem tempo para clemências, a mostra de petiscos seguia a ritmo apreciável, agora com travessa apetrechada de brócolos bimi, a fazer chorar por mais até os menos afoitos a este mundo mais vegetal, logo seguida (ou foi ao contrário?) de tiras de panado, cujo recheio se nos escapou ao bloco de notas.
O banquete havia de terminar em saborosa beleza estética, com dois troncos decorados e preenchidos com dose dupla de pataniscas – legumes e bacalhau. E foi só.

Pela amostra, Pedro Peixoto não vai ter mãos a medir neste renovado Gato Preto. O espaço, amplo e ainda em composição, perderá algo do seu pitoresco conceito de tasca, mas outras valências serão certamente alcançadas e a Figueira da Foz ficará com certeza bem servida.
Aguardemos, pois, com a serenidade e água na boca próprias da ocasião. Ainda sem data de abertura oficial (nunca antes de 15 de Setembro), certa é apenas a qualidade acima da média que os petiscos do Gato Preto emprestarão aos visitantes e aficionados locais.