No ano em que o Museu Municipal Santos Rocha celebra o seu 131.º aniversário, o Município da Figueira da Foz promove a 9.ª edição do ciclo de conferências “Temas de Arqueologia”, reafirmando o seu «compromisso com a valorização do património histórico e arqueológico do concelho».
A iniciativa, organizada em parceria com a Associação Viver em Alegria, decorrerá entre 5 e 26 de fevereiro, sempre às quartas-feiras, às 14h30, no Auditório Madalena Biscaia Perdigão. Integrado na disciplina de Património da Universidade Sénior da Figueira da Foz (USFF), o ciclo pretende complementar a formação dos alunos da Universidade Sénior, mas também envolver a comunidade alargada, abrangendo estudantes, professores, historiadores e todos os interessados nestes temas.
Um ciclo de conferências que cruza ciência, arte e história
O programa deste ano apresenta quatro conferências que exploram a ciência arqueológica no contexto do concelho da Figueira da Foz e das suas interligações com a História, a Arte e a preservação do património. Os tópicos escolhidos, segundo nota da Câmara Municipal, refletem «os eixos estratégicos do Município» e respondem aos interesses tanto da comunidade escolar como da sociedade civil.
A primeira conferência, no dia 5 de fevereiro, será proferida por Nuno Oliveira, da Universidade do Minho, e abordará “O contributo de antigas coleções de arqueologia para o avanço do conhecimento científico – o mundo das reservas de arqueologia nos museus e gabinetes de arqueologia portugueses”. O orador discutirá o papel das coleções arqueológicas na produção de conhecimento, realçando a importância das reservas museológicas na investigação e preservação do património.
No dia 12 de fevereiro, a arqueóloga municipal Ana Margarida Ferreira trará uma perspetiva histórica sobre “António dos Santos Rocha no estrangeiro. Viajar e visitar museus de Arqueologia na viragem do século. Maio e junho de 1899”. Esta sessão focar-se-á nas viagens do fundador do Museu Municipal e no impacto das suas observações em alguns dos mais importantes museus de arqueologia da época.
A terceira conferência, a 19 de fevereiro, contará com a participação do reputado professor catedrático aposentado José d’Encarnação, que abordará o tema “Escrever na pedra – para sempre!”. Especialista em epigrafia, o orador explorará a forma como as inscrições em pedra perpetuam memórias e narrativas ao longo dos séculos, oferecendo uma visão fascinante sobre a escrita na Antiguidade.
O ciclo encerra no dia 26 de fevereiro com uma abordagem inovadora: “Diálogos entre o Cinema e a Arqueologia”, pelo professor auxiliar André Santos, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. A conferência analisará a forma como a arqueologia é representada no cinema, explorando a relação entre a ciência e a cultura popular.
Aberto à comunidade e com possibilidade de creditação
Para além de integrar o plano curricular da Universidade Sénior, este ciclo de conferências é aberto a toda a comunidade, incluindo seniores e jovens, professores e estudantes, bem como investigadores e entusiastas da arqueologia. Além disso, as sessões poderão conferir creditação pelo CFAE Beira Mar – Centro de Formação da Associação de Escolas, permitindo a valorização curricular dos participantes.
Com esta 9.ª edição dos “Temas de Arqueologia”, o Município da Figueira da Foz reafirma o seu papel na divulgação científica e na valorização do património, proporcionando um espaço de debate e partilha de conhecimento acessível a todos.