Aqui no Meet temos um lema de estimação: “Viver a Figueira 12 meses por ano”. Somos figueirenses e queremos mostrar, a quem estiver interessado, que a Figueira da Foz é uma terra para visitar e viver em todas as estações. Para 2023, já fizemos o nosso top 10 de Primavera, segue-se agora o verão, época em que a cidade se abre ao sol e se transforma na “rainha das praias portuguesas”. Este top 10 é subjetivo e podia facilmente ser um top 20, mas para este ano, estas são as nossas propostas de coisas para fazer na Figueira da Foz na estação balnear:
1 – Ir à praia
Pois claro. Se na Primavera aconselhámos a ir para o campo, no verão não pode ser outra coisa no topo da lista que não o mar, o sol e a areia. Muita areia, no caso das praias urbanas da Figueira da Foz. Ir à praia é o must do veraneante, que aqui até tem muito por onde escolher e praias para todos os gostos, das mais desertas (alô Murtinheira!) às mais congestionadas (saravá Praia do Forte!): o concelho da Figueira da Foz tem uma costa extensa e nada menos que 11 praias Bandeira Azul, nove das quais Ouro, como já aqui demos nota e celebrámos no Meet.
E este ano até há insufláveis gigantes e duas piscinas de mar aquecidas no meio do areal das Praias do Relógio e de Buarcos, para os friorentos e avessos a agitação marítima (a inaugurar em breve à data desta publicação). Também para quem tem dificuldades de locomoção, para a Praia da Claridade o Município preparou um sistema de transporte entre a avenida e o mar, com três novos carros elétricos. Já em Buarcos, para tornar o verão mais acolhedor e inclusivo para todos, o projeto do Município “Praia M+ Mais Mobilidade, Praia Segura para Todos” permite que pessoas com mobilidade reduzida e outras limitações possam usufruir do passeio na praia e ir a banhos de forma segura. «O Posto Praia M+, situado na Praia de Buarcos junto aos balneários, dispõe, diariamente, das 10h00 às 13h00 e das 15h00 às 19h00, de uma equipa para auxiliar os interessados a tomar banho de mar, com recurso a um equipamento específico para o efeito – o Tiralô.», informa a Câmara da Figueira.
Portanto, estando a torreira de feição, não há desculpa para não ir a banhos e esta não pode deixar de ser a sugestão suprema das coisas para fazer na Figueira da Foz no Verão.
2 – Contemplar arte
Depois do banho de mar, nada melhor que um banho de arte para lavar a alma, em espaços indoor refrescantes e tranquilizadores. E a Figueira da Foz tem também muito para oferecer nesta vertente. Além do incontornável Centro de Artes e Espetáculos, sempre com excelentes mostras de artes plásticas contemporâneas a decorrer ao mesmo tempo nas várias galerias, temos espaços e galerias como a da Magenta, por baixo da Esplanada Silva Guimarães, a Rastro, no Bairro Novo, onde pode apreciar artistas locais ou adquirir obras de renomados pintores nacionais e estrangeiros, ou espaços onde a exposição se mistura com a criação, como o Tua Cara, no Teatro Caras Direitas, em Buarcos. Outro ponto incontornável é o Núcleo de Arte Contemporânea Laranjeira Santos, no belo edifício Castelo Engenheiro Silva, recentemente reabilitado. E para terminar em beleza, uma passagem pelo Museu Municipal Santos Rocha, com o seu vasto acervo de pintura, arte sacra ou decorativa de várias partes do mundo.
Se o calor não apertar muito, no entanto, a cidade da Figueira também é uma grande galeria a céu aberto, com inúmeros exemplos de arte pública e mural, um pouco por toda a cidade e por Buarcos. Parta à descoberta dos muitos grafittis, monumentos e estátuas. Para lhe facilitar a vida nessas deambulações, a Câmara Municipal lançou recentemente uma versão atualizada desses percursos pela arte urbana figueirense, que também estão disponíveis online. Hoje, apetece-nos sugerir um passeio ao fim da tarde, essa hora mágica da Figueira, e destacar o magnífico mural do artista plástico Smile (Ivo Santos), que ocupa todo o muro do passeio marítimo de Buarcos, até à Tamargueira: dezenas de metros de arte com vista para o mar.
3 – Saborear gelados artesanais
Outra proposta que aparece em todas as listas “o que fazer na Figueira da Foz no Verão”, gelados e sorvetes “caseiros”, normalmente associada à marca mais antiga a prestigiada da cidade, a Emanha, com dois estabelecimentos junto à Avenida 25 de Abril. No entanto, rejubilem os gulosos, há mais vida geladista na Figueira para além da Emanha e temos outras casas excelentes como a San Remo e a Farggi, ambas em Buarcos e com vista para o mar, ou as várias que encontramos no Bairro Novo, como a Odo ou a Cassata, cuja especialidade será mais bolos festivos, mas também produz a sua gama de gelados artesanais. Por baixo da Esplanada Silva Guimarães, podemos encontrar também a Kali Geladaria, que prova que no que toca a gelados artesanais, tamanho não é documento.
4 – Saborear a culinária local
Restaurantes, pois. Muitos e bons, com os nossos parceiros do mapa turístico MeetFigueira 2023 à cabeça, todos eles garantidamente top. Mas também aprender e depois praticar o receituário local e comprar produtos da terra e do mar figueirenses, alguns deles de excelência, como o arroz carolino ou o sal. Para os produtos tradicionais, a opção mais simples e divertida são, claro, os mercados municipais (o Engenheiro Silva no centro da cidade, o de Buarcos ou o de São Pedro, na margem sul), mas também aconselhamos a ir aos sítios e a comprar ao produtor ou ao pequeno comércio local, seja nas salinas do estuário mondeguino, diretamente aos salineiros, seja junto das companhias de arte xávega que ainda vão regularmente ao mar na Costa de Lavos ou na Leirosa, descarregando o peixe vivo no areal, seja mesmo nas muitas aldeias rurais, onde encontra, por exemplo, pão e broa de chorar por mais ou soberba doçaria.
As alternativas de bem-comer na Figueira da Foz são muitas e as receitas tradicionais da terra (e do mar) também não deixam os créditos por mãos alheias. Nesse âmbito, não podemos deixar de aconselhar as edições gastronómicas municipais, sobretudo o magnífico “A nossa mesa: receituário gastronómico da Figueira da Foz”, compêndio monumental, que em 400 páginas belamente ilustradas desvenda muitos dos segredos da abundante culinária da região do Baixo Mondego e em particular do concelho – Guida Cândido, a autora da obra, já agora, vai estar no dia 20 de agosto na tenda das Férias com Livros, em Buarcos, uma ocasião a não perder se quiser saber mais das gastronomias figueirenses (ver cartaz mais em baixo).
5 – Encontrar um lugar à sombra
O sol é bom mas também farta, além disso demasiada exposição faz mal à saúde. Como tal, no verão na Figueira da Foz, cultive o fresco e procure o seu lugar à sombra. Também temos muitas: Elegantes, como o Jardim Municipal, relaxantes, como o do Parque de Merendas de São Pedro ou luxuriantes, como a Serra da Boa Viagem e os seus vários sítios de merendar, esticar o cobertor e dormitar a ouvir os pássaros e a olhar para as copas da árvores monumentais, aqui, o mais difícil até é encontrar um lugar ao sol.
O Parque das Abadias, embora seja mais um esplendor de relva, é outra proposta a considerar e aqui também encontramos algumas zonas com árvores de grande porte ou com os frondosos chorões, à beira da ribeira, proporcionando cobertura para a manta da sesta e do piquenique. As Lagoas de Quiaios, por outro lado, embora não permitam banhos, também proporcionam alguns espaços verdejantes e sombrios, vendo-se já a natureza a recuperar do grande incêndio que devastou aquela zona de matas nacionais há uns anos atrás. Também é um bom spot de pesca desportiva, com as devidas licenças e possui algumas estruturas de observação de aves.
6 – Esplanadar (à sombra)
Provavelmente, o desporto favorito do veraneante a banhos, tinha que estar necessariamente numa lista de coisas para fazer na Figueira da Foz no verão. Pontos de socialização por excelência, as esplanadas dão-nos também sombra, refresco e nutrição (pense no famoso binómio imperial + percebe/caracol/tremoço), constituindo ambientes favoráveis ao diálogo, à comunhão, à contemplação e, sobretudo, à sofisticada arte do “dolce fare niente”.
Felizmente, também não faltam esplanadas para todos os gostos na Figueira da Foz, principalmente à beira-mar, de norte (alô Sand Murtinheira!) a sul (alô Xiringuito!) é uma fartura de bares e restaurantes com recintos ao ar livre onde se pratica a modalidade, com vista para o mar, ao longo de toda a costa; ou com vista para a vida urbana, no afamado Bairro Novo, com destaque para o Picadeiro, coração social do bairro e onde encontramos a maior concentração de esplanadas por metros quadrado no concelho.
7 – Enfrentar as ondas
Ir à praia pode ser um magnífico exercício de quietude solar, especialmente na companhia de um livro ou de um podcast, mas se o calor aperta também todos sabemos que só se está bem é dentro de água. E se há praias, como as fluviais do Forte ou do Cabedelinho, que não estão para fazer ondas, a generalidade das praias figueirenses oferece uma rebentação decente, propícia a pranchas e a emoções fortes, ou pelo menos a alguns mergulhos de espuma com direito a “carreirinha”.
Para os desportos de onda propriamente ditos, a falta de jeito ou de equipamento também não são desculpa, pois a Figueira da Foz tem uma grande oferta de clubes e empresas que ensinam e alugam pranchas e fatos, principalmente na grande referência do surf e do bodyboard figueirense: a Praia do Cabedelo.
8 – Conhecer as aldeias
De preferência as pessoas, as tradições e as gastronomias e, sobretudo, os seus usos festivos. Agosto, mês solar em que a maioria dos emigrantes ou de figueirenses noutras cidades regressam para um cheirinho de lar, é naturalmente mês de festas, romarias e celebrações por todo o concelho, as comunidades unem-se nas tradições, celebram os seus santos e as suas datas marcantes, quase sempre festividades de natureza religiosa mas com fartos programas lúdicos e, claro, gastronómicos.
Visitante ou morador, entre pois no baile, assista às romarias, conheça os cultos locais, delicie-se com as iguarias da região e vá conhecer a Figueira da Foz “profunda”, para além do postal balnear. O nosso calendário de eventos figueirenses dá uma ajuda (pesquise em Tradições): Agenda – Meet Figueira. Onde poderá encontrar festividades como estas:
9 – Ler
Na praia, debaixo de um pinheiro, na esplanada, na varanda, pause os écrans e ponha a leitura em dia, na Figueira da Foz também não faltam sítios tranquilos para ler. Se não veio preparado, não entre em pânico, a Figueira da Foz também pensou em si. Aqui no Meet aconselhamos, desde logo, duas excelentes catedrais do livro, uma temporária: a feira “Férias com Livros” em Buarcos, iniciativa da Ao Pé das Letras com o apoio do Município, onde pode ter contacto direto com os autores (cartaz/calendário em baixo), e outra permanente: a excelente Livraria Miguel Carvalho, um dos melhores livreiros-antiquários do país, bem no centro da cidade. E temos, claro, a simpática, eclética e poliglota livraria da editora Bruaá, no piso térreo do Centro de Artes e Espetáculos.
Além disso, também pode recorrer à Biblioteca Municipal e aos seus serviços de verão Biblioteca na Praia e no Jardim, ou à Livraria Bertrand, no Foz Plaza, referência nacional em livrarias, mais focada em novidades editoriais e best-sellers.
10 – Refletir sobre o litoral
E porque não conhecer melhor os desafios e dinâmicas da nossa costa e da foz do Rio Mondego, numa ótica mais séria, deixando-se levar pelo percurso expositivo organizado pelos arquitetos Miguel Figueira e André Tavares e refletir sobre o impacto ambiental e humano da interação entre o oceano e a orla litoral. «O Mar é a nossa Terra», explicam os curadores, é uma exposição que «cartografa e apresenta as contradições existentes entre a terra e o mar, sob a perspetiva da arquitetura, do ordenamento do território e da construção da paisagem».
Acontece no Meeting Point (Praça Ledesma Criado), a 50 metros da Torre do Relógio, até maio de 2024, com um polo no Núcleo Museológico do Mar, em Buarcos – outro “spot” obrigatório no capítulo “coisas para fazer na Figueira da Foz”, já agora, em todas as estações. Parceria entre o Município da Figueira da Foz e o Centro Cultural de Belém, em Lisboa, onde esta instalação multimédia foi inaugurada. A exposição abre portas de quarta a domingo das 14h às 22h.
+1 – Xávega na Costa de Lavos
E já que estamos no domínio do mar e da sua interação com as comunidades costeiras, acrescentamos um bónus: conhecer a Costa de Lavos através do programa Praia Pedagógica de Verão, ideal para famílias e para crianças, onde pode combinar praia, tradição e até gastronomia, pois peixe mais fresco não há. A organização é da Casa dos Pescadores, que formaliza o convite: «Vem subir ao barco da arte-xávega, ver as redes a sair, tocar no nosso tubarão pata-roxa e todas as espécies que vierem na rede. Partilhar as vivências e saberes das gentes do mar na Casa dos Pescadores, um criativo espaço etnográfico, cheio de vida e saberes».
As visitas guiadas decorrem à 3ª feira e 6ª feira, durante o mês de Agosto, com os seguintes horários de inicio: 9h00; 11h00; 14h00 e 16h00. A participação custa 3€ e as inscrições são pelos contactos costapraiapedagogica@gmail.com ou 967723720. Saiba tudo aqui: Facebook.